2. Uma segunda realidade do conselho dos ímpios: a de sugerir que alguém não deve se importar com o Senhor.
I Samuel 2. 12 “Ora, os filhos de Eli eram homens ímpios; não conheciam ao Senhor.”
Este é o texto que encontramos os filhos de um sacerdote, no caso, Eli, apresentados aos quatro ventos como portadores de um comportamento ímpio.
Seu comportamento ímpio era diferente, porque, apesar de como muitos outros, deles se dizer que não conheciam ao Senhor, o mais correto seria afirmar que Hofni e Finéias, os filhos de Eli, não faziam caso de Deus, não O tinham em conta, não O temiam nem O respeitavam.
De fato não se importavam com a opinião e os princípios de Deus. Lidavam com as ofertas que eram trazidas para Deus de forma desonrosa, quebrando as diretrizes de como se deveria lidar com as mesmas, apropriando-se para si daquilo que não era seu.
Além do mais deitavam-se com as moças de Israel no ambiente do templo, profanando o santuário e praticando aquilo que Deus reprovava, expressando assim ausência total do temor ao Senhor.
Isto revela que um coração ímpio nem sempre se desenvolve longe da geografia da benção, da Presença de Deus, dos testemunhos da Fé.
O que gerou tal impiedade no coração dos filhos de um sacerdote, no ambiente do templo, na atmosfera da fé?
Uma das sinalizações bíblicas que encontramos quanto a isso está na atitude de Eli, enquanto sacerdote e pai, errando em não produzir as correções necessárias quando deveriam ter sido explicitadas e aplicadas.
Veja o que o texto diz: I Samuel 2. 29 “Por que desprezais o meu sacrifício e a minha oferta, que ordenei se fizessem na minha morada, e por que honras a teus filhos mais do que a mim, de modo a vos engordardes do principal de todas as ofertas do meu povo Israel?”
Deus, através de um profeta, confronta a Eli colocando-lhe 3 situações em que ele e seus filhos estavam deixando de levar Deus em conta.
Em primeiro lugar, quanto ao sacrifício. O desprezo ao sacrifício.
Em geral, todos os sacrifícios em Israel estavam ligados ao perdão dos pecados, ao processo purificador do povo diante de Deus. Tal perdão e purificação efetivada em favor do povo certamente os habilitava, legitimava, para o viver de uma comunhão com Ele. A casa de Eli pecou em relação a isso. Desprezou o sacrifício.
Deus levou isto em conta de maneira muito séria, tendo em vista que todo sacrifício efetivado no Antigo Testamento era uma “sombra” do verdadeiro sacrifício que seria efetivado na Cruz, pelo Seu Filho Amado.
Não levar Deus em conta nesta questão era, simbólica e até mesmo antecipadamente, desprezar a obra de Jesus no Calvário. Para Deus este desprezo é atitude profundamente maligna do coração humano e nisto a Casa de Eli foi julgada.
Em segundo lugar, Eli levou seus filhos em conta, mas desprezou os sentimentos e os princípios de Deus em relação ao que estava ocorrendo.
Deus falou disto de maneira muito clara: “Você honrou mais aos seus filhos do que a mim”. Ou seja, eles são mais “deus” para você do que eu o Sou.
Veja a que ponto um sacerdote chegou. Relativizou Deus, priorizou os seus filhos.
Eli, sabendo de tudo que os mesmos praticavam não os corrigiu.
Um juízo estarrecedor se abateu sobre a casa de Eli, sobre si e sua posteridade.
Eli seguiu um ímpio estilo de ser, o de não levar Deus em conta.
O de “usar Deus”, os Seus ambientes, o seu cargo, título ou posição religiosa permitindo que sua casa existisse como se o que Deus pensa, deseja e quer, não contasse.
Todos morreram em desgraça. Eli e os seus filhos, Hofni e Finéas.
O ímpio conselho de não levar Deus em conta, de desprezar os Seus conselhos e Sua Pessoa, produz naqueles que os abraçam, destinos de morte, aniquilação.
Há na Palavra de Deus uma reflexão importantíssima: “ Há caminhos que ao homem parecem ser bons, mas no fim, são caminhos de morte.”
Desprezar a Deus e aos Seus Princípios jamais será a melhor das opções.
Hoje o conselho dos ímpios nos diz: “ Para que se importar com o que Deus pensa, isto não importa, o que importa é que você seja feliz”.
Hoje o Conselho do Senhor lhe diz: “Reconheça ao Senhor em todos os seus caminhos e Ele endireitará as suas veredas”. Provérbios 3.6
De novo fica a questão: A quem daremos ouvidos?
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