Tenhamos em mente hoje o que Deus viu:
“Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração;” (Gênesis 6.5)
Tenhamos em consideração, igualmente, o que Jesus diagnosticou:
“ E dizia: O que sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” (Marcos 7.20-23)
Nos dias do Steb, no Seminário Teológico Batista Nacional, uma das aulas que mais me empolgou, dentro tantas, tratava sobre filosofia e nela, a clássica discussão sobre a natureza humana.
O contraste estabelecido entre Thomas Hobbes e Rosseau, acerca da bondade ou maldade formatar a essência humana, tinha tudo a ver com a leitura cristã e sua afirmação acerca do homem caído.
"Segundo Rousseau, o homem nasce bom e a sociedade o vicia.
Já para Hobbes, o homem é, desde o início, mau, perverso e egoísta.
Santo Agostinho afirma que, sendo o homem imagem e semelhança do Criador, ele é essencialmente bom e capaz de amar.
Na visão de Nietzsche o conceito de bom ou mau na esfera moral não possui sentido em si mesmo, de modo que nada, em sua essência, é objetivamente bom e tampouco mau.
Para a Psicologia Analítica de Jung, a psique humana é composta simultaneamente de luz e sombra, sendo que a “Sombra” é a parte mais obscura da nossa psique onde depositamos tudo aquilo que não aceitamos como parte da nossa personalidade. A Sombra é difícil de ser percebida, afinal se estamos olhando para a frente, ou para a fonte de Luz, a sombra sempre fica atrás de nós e dificilmente vemos ela chegando. Também, não a vemos se tudo está escuro à nossa volta."
Considerando o que nos mostra o Gênesis e aquilo que Deus viu, algo mudou no homem original.
Criado à Imagem de Deus e expressando a Sua Semelhança, o homem foi criado com potencial de domínio e gerência da Criação. Ao mesmo foi dito: "Dominai..."
Este homem original foi criado com a identidade sexual e familiar pré-estabelecida;. "Macho e fêmea os criou..."
Este homem foi criado para as interações sociais e para o trabalho, sobretudo para relacionar-se com Deus.
O homem original usava sua capacidade criativa para o bem. Foi assim que nomeou os seres criados.
Já o retrato humano que discernimos em Gn.6 na apresentação que vimos no texto, é diametralmente oposto.
Ao ler o texto estamos frente a frente com um homem mau, ocupado com a violência e a maldade.
A maldade humana daqueles dias estava tão acentuada que despertou a atenção de Deus, fez Deus agir e intervir.
Foi quando houve o episódio do Dilúvio.
A Bíblia nos diz que Deus viu o que eles faziam, mas a leitura de Deus foi muito além, Ele viu o estado do coração humano. " era continuamente mau todo desígnio do seu coração;” (Gênesis 6.5)
O homem havia se tornado essencialmente mau, mau por natureza.
Diferente da leitura de Rosseau, o homem não havia se corrompido por ambientes contaminados pela maldade. A maldade estava intrínseca ao ser humano, instalada dentro dele, residente em sua essência por um vírus chamado pecado ou natureza pecaminosa.
Desta forma este homem não havia se tornado um pecador porque peca, mas é alguém que peca porque é pecador.
O diagnóstico de Jesus traz ainda mais luz a esta compreensão.
Veja o que o Senhor nos diz:
"Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” (Marcos 7.20-23)
Esta natureza caída, prevalecente no homem que ainda não se reconciliou com Deus, é a verdadeira responsável pela malignidade instalada no coração e visibilizada nos comportamentos que efetiva.
" Do ponto de vista do pecado, a raça humana é homogênea, isto é, todos são pecadores; todos estão destituídos da glória de Deus; todos são ímpios.
O salmista pede: Não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não há justo nenhum vivente. Salmos 143:2. Todos, sem exceção, estão condenados por causa do pecado.
Do ponto de vista da impiedade pessoal, a raça humana é heterogênea no que diz respeito aos graus da maldade.
Por causa do pecado, ninguém pode ser considerado bom, essencialmente, porém, a maldade dos ímpios difere em graus.
Isto significa - nem todo ímpio é tão mau eticamente, embora todo ímpio encontre-se separado de Deus, a fonte suprema de todo bem, e, neste caso, a bondade humana é egoísta e tem malícia.
Um claro exemplo disto encontra-se na prática do bem que visa melhores reencarnações, como advogam os espíritas. Ora, "se a caridade é o que produz a salvação", como poderíamos dissociar a prática da caridade do interesse egoístico de ser salvo desta forma? Este é um exemplo de bondade "impia" e desprovida da verdadeira essência de uma bondade desprovida de interesses.
Contaminados pela queda, pela ausência de Deus, pela malignidade implícita do ser, os ímpios expressam em seus conselhos e atitudes, aquilo que têm dentro de si. Por isto para estes a malignidade ou o comportamento mau são justificados para sustentar as suas demandas ou necessidades, seus desejos e prioridades, sua posição ou pseudo-autoridade.
A Bíblia nos apresenta a malignidade do ímpio em vários padrões de comportamento.
Em Provérbios 29.16 o texto nos adverte que "Quando os ímpios se multiplicam, multiplicam-se as transgressões...". Seria como dizer, "quando os ímpios se ajuntam muitas coisas más vão acontecer."
Já o Salmo 37 nos revela 3 coisas sobre a maldade dos ímpios:
1. Eles eles tramam contra os justos e rosnam para eles (Sl 37.12).
Quando se aconselham entre si , os ímpios, tecem ciladas, armadilhas, laços possíveis para enredar aqueles que são inocentes, justos.
Este é o seu conselho: Arme situações, crie circunstâncias para enredar ou enganar alguém.
Uma expressão fortíssima encontrada aqui é o "rosnar".
Todo o "rosnar" traz consigo o traço ameaçador, a expectativa de um ataque desproporcional e súbito.
Neste sentido o conselho ímpio é: Faça valer sua presença. Façam com que lhe respeitem pelo medo. Ameace e intimide.
2. "Levantam a espada e o arco para abater o pobre, o necessitado e aqueles que andam na retidão" (Sl 37.14)
Aqui o ato da maldade ímpia dá-se nos ataques, propriamente ditos e efetivados.
Vi diversas vezes a malignidade estabelecida em ações de esteliotários sobre pessoas humildes e simples, roubando-lhes os escassos recursos produzidos com muito esforço e sacrifício, os quais se foram em questão de minutos de conversas mentirosas e ilusórias, sem piedade, pautadas na cruel maldade de seus corações.
Quanto a isto o Conselho ímpio é: Faça Valer a Sua Vontade. Use todas as suas armas para isso. Não poupe ninguém.
3. "... eles tomam emprestado e não devolvem... (Sl 37.21).
O que se diz aqui é que um ímpio tem por hábito apropriar-se daquilo que não é seu.
Roubo é o nome desta prática.
Dura coisa é entender que muitas vezes vemos pessoas minorizando esta característica da maldade humana. É exatamente isto que faz um conselho ímpio.
O ímpio diz: "Se você tem necessidade de algo e nem tem como o obter de outra forma, tome-o para si."
O Conselho do ímpio se fortalece neste sentido até com "justitificativas sociais".
Quantas vezes vemos um caminhão tombado cercado de pessoas a saquear a sua carga? Outro dia vi na internet um caminhão acidentado com um motorista preso ao volante, possivelmente morto, mas na parte de trás do baú, diversas pessoas extraiam a carga de carnes, levando-as com avidez para o seu carro.
"Justifica-se", diz alguém, "quem vai pagar é o seguro".
Mas quem saqueou não pagou, tomou em suas mãos aquilo que não era de sua propriedade, não é mesmo?
Por outro lado, um outro assunto mais sensível, as invasões de terra ou imóveis.
A justificativa da não ocupação ou da "improdutividade" não legitimiza uma invasão de algo que não foi adquirido, comprado ou pago. Aquilo que ali está pertence a alguém de forma legal e legítima e só poderia tornar-se propriedade de outro mediante transferência legal, pela via da legalidade.
Exemplos superficiais mas importantes estes que apresentamos aqui, os quais demonstram que o conselho ímpio determina muitos posicionamentos, muitas convicções, muitas ações das pessoas nesta geração.
Realmente o conselho dos ímpios quanto a prática da malignidade inconsequente está assediando muitos à nossa volta.
Qual seria o Conselho de Deus quanto ao assédio maligno do Conselho ìmpio que apresentamos neste capítulo?
1. Confie no Senhor e faça o bem; assim você habitará na terra e desfrutará segurança. Salmos 37:3
2. Deleite-se no Senhor, e ele atenderá aos desejos do seu coração.
Salmos 37:4
3. Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá:
Salmos 37:5
4. Descanse no Senhor e aguarde por ele com paciência; não se aborreça com o sucesso dos outros, nem com aqueles que maquinam o mal.
Salmos 37:7
Por fim, dê uma olhadinha no que o salmista do Salmo 37 descobriu:
"Vi um homem ímpio e cruel florescendo como frondosa árvore nativa, mas logo desapareceu e não mais existia; embora eu o procurasse, não pôde ser encontrado. […] Mas todos os rebeldes serão destruídos; futuro para os ímpios, nunca haverá." Salmos 37:35-36,38
Rejeite aos Conselhos ìmpios quanto à malignidade e siga em frente, Deus vai lhe honrar.
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